Sugestão de hoje!!!

Sugestão de hoje!!!
Livro que trata do menor abandonado e de sua luta pela sobrevivência.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Licença, perdão, por favor, obrigado.

Peço-lhes licença para escrever estas mal traçadas linhas e, desde já, perdoem os meus erros e injustiças (se houver alguma), por favor. Sou apenas um nada que tem descoberto muitas coisas no meio em que convivo. Tenho visto e ouvido, calada, atrocidades; mas, infelizmente, não consigo mais segurar a voz que grita incessantemente dentro de mim.
Sou designada, sou docente, sou professora, sou educadora; mas prefiro ser intitulada de gente. Isso mesmo! Apenas gente... Pois as “gentes” têm o que eu mais admiro: educação e respeito (ou ao menos deveriam ter...).
Quando entrei na educação tive a utopia de mudar o mundo ou pelo menos deixar um pouquinho de mim nele (e, confesso, ainda tenho!). Entrei nessa profissão com a decidida ideia (um sonho, talvez) de levar não só conteúdo gramatical e literário a meus alunos, mas também compreensão, amor, respeito e educação. Contudo, com o tempo, percebi que existem muitas barreiras para o meu sonho se realizar. As barreiras são os alunos?
Gostaria, assim como você, de acreditar que o empecilho para a concretização desse sonho fosse apenas os alunos.  Mas, infelizmente, o problema não são eles. Eles são excelentes em entender o que é certo e o que é errado, pena não terem muitas pessoas em quem se espelhar.
O problema maior é com os professores. Aqueles “educadores sem educação”... Antes de prosseguir, peço mais uma vez desculpa se magoei alguém e pedirei sempre, contudo não posso deixar de falar e de me entristecer com as palavras que vocês lerão a seguir.
Sou educadora há pouco tempo, não sei muito em termos de conteúdo, preenchimento de cadernetas... Tenho também pouquíssimo material e menos ainda domínio de sala. Sei que não sei de muita coisa. Sei que preciso aprender mais, me dedicar mais, estudar incansavelmente... Porém, sei de uma coisinha que talvez tenha se perdido em alguns professores nesses longos e cansativos anos de docência: o respeito e a educação.
Confesso que acho graça quando um docente mal educado pede educação a seus alunos. É o famoso “Faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”. Falamos tanto em formar cidadãos acima de tudo e ainda hoje encontramos docentes que tratam mal as pessoas em sua volta. Ainda encontramos seres fracos de amor, fracos de compreensão, fracos de humildade, fracos de caráter, pobres e miseráveis de respeito e educação.
Talvez o meu maior pecado seja tratar as pessoas com igualdade e respeito. Às vezes, penso que um educador tão velho nessa profissão deve ter uma certa razão em tratar os pequenos com desprezo e os grandes com extremo respeito... Tem horas que me pego a refletir: Será que meus pais fizeram certo em exigir de mim respeito com os outros? Porque eu não encontro explicação para uma pessoa formada, capacitada, um educador que forma pessoas tratar quem quer que seja com desrespeito.
Não quero com essas palavras procurar briga ou me indispor com quem quer que seja, por isso, venho pedindo desculpas ao longo do texto. Tão pouco tenho a intenção de dar lição de moral em alguém, mesmo porque não tenho idade nem experiência para isso. Gostaria apenas de fazer com que vocês “educadores sem educação” reflitam sobre o respeito, sobre a igualdade, sobre o ser humano. Sobre nós, seres pequeninos e sem experiência que podem ter alguma coisa a acrescentar na sua longa docência.
Estou aqui apenas com o intuito de lembrar a vocês o pré-requisito básico de ser humano: o respeito com os outros, quer sejam pequenos ou grandes; bons, ruins ou inacreditáveis. Quero, com essas palavras sórdidas, deixar de ser designada e ser gente; e ser tratada e vista como gente e não como um nada.
Desculpem o desabafo e obrigada pelos minutos preciosos que você gastou ao ler esse pequenino texto.            
P.S.: Aos educadores educados, deixo os meus parabéns. Continuem a tratar as pessoas como gente e ensinem isso a seus alunos. Não gostaríamos de mais uma leva de educadores mal educados no futuro. Obrigada.
Educadamente,
Uma designada

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